30 de dezembro de 2015

Devaneio Veraneio

Os rios azulados que
Correm através da sua pele 
O pontilhismo meticuloso 
Em sua face ressalta
A mais bela palidez

Delicadeza imensa 

Em cada ato, em cada fala
Charme infalível 

Liberdade pulsante 

Como a de um pássaro
Cortando o céu em dois

Olhar de desconstruir preceitos 

De borboletear estômagos
Inteiro, sem nenhum defeito

Toque de ternura

Cura onde se aproxima 
Tornando esta, tua sina
Tornando esta, minha nicotina.

5 de dezembro de 2015

O giro do moinho

O ardor de tua paixão
Originou uma cratera em mim

A fragrância ácida de tua pele
Queimam as lembranças remanescentes
Que ainda me ofereciam esperança

A aderência flácida das tuas mãos
Transparenta minha vontade frouxa
De suturar suas feridas incisivas
Mascarada por entre ambiguidades

O calor ardente emanado de teus lábios
Liquefazem a frieza cuja envolta
A essência do ser racional
Resultando em doses de lucidez
Oriunda das suas entranhas

E por fim o teu adeus
Iniciou a tradição cíclica
Repleta de parasitas imaginários
Ultrapassando qualquer psicotrópico
Que me faz crer e ser dos males
Submisso da necessidade de crescer

3 de dezembro de 2015

f(ser)=eu

sou feito de desespero e cinismo
sou fato de amargura e tristeza
sou feto de tragédia
sou fruto de corrupção
sou fardo da incompetência
sou findo da destruição
sou falho do início ao fim
sou fraqueza em pessoa
sou fatiado de desejos incondicionados
sou ferida de tradições autodestrutivas
sou fantasia de situações asfixiantes
sou fé da morte e suas consequências
sou faminto de ignorância
sou fálico abnegativo
sou fadiga ardente que não cessa
sou felação da depressão insaciável
sou fim do encerramento definitivo
© Blog do Itamario
Maira Gall