17 de maio de 2016

Desencanto

Os olhos mais estranhos que já conheci
No rosto em que eu nunca pensei encontrar
Me deixam com medos que eu não esperava sentir
E desejos que eu não consigo administrar

Como foi bom te desencontrar
Dentre a muvuca ensandecida
Como se não fosse feito algum
Você e só você conseguiu me agradar

O cheiro mais singular que já senti
No corpo em que sempre sonhei em me aventurar
Me deixou com gelo na barriga
Não era tudo aquilo que temia

A cada esquina que eu passo
Dando passos no compasso
Meu coração sobe a boca
No acaso de te reencontrar

E a esperança se esvai
A cada grão que se desfaz
Saber que não vem mais
Que não adianta olhar pra trás

Agora só resta o desespero
Se foi teus olhos, se foi teu cheiro
E então se foi a alegria
Se foi o prazer, se foi a razão de viver.
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Maira Gall