6 de agosto de 2014

Medo

Sinto o vento
Anoiteço pensando
Sento e tento
Amanheço morrendo

Morro mais um pouco
Chego tarde
Cada vez mais louco
Não faço nenhum alarde

Escurece o céu
Soam os sinos
Não passo de mais um réu
Cumprindo seu destino

A resposta da vida
É a certeza de seu fim
Incontestável minha ida
Triste fim, o que será de mim?

Sento no vento
Amanheço sorrindo
Levanto e me contento
Anoiteço vivendo

Vivo mais um tanto
Chego desta vez cedo
Cada vez mais galhofento
Finalmente, adeus medo.
© Blog do Itamario
Maira Gall